A história social tem se preocupado cada vez mais com o tratamento metodológico atribuído às fontes. Amparados pelos seus preceitos, encaramos as fontes, dentre elas a imprensa e as fontes orais, como práticas sociais que expressam relações sociais. Os aspectos teórico-metodológicos empregados no tratamento das fontes merecem grande atenção. É sabido que elas possuem natureza distinta, o que indica a necessidade de metodologias diferentes para o seu tratamento. É preciso considerar que todo material produzido, seja uma matéria jornalística ou uma entrevista, possui um interesse, bem como um posicionamento político que interfere em sua produção. Tal qual a Esfinge, que lançava enigmas aos viajantes e devorava quem não os decifrasse, corremos o risco de termos nossos trabalhos devorados por nossas fontes. Isso acontece quando não estabelecemos um diálogo, quando não sabemos perguntar e, sobretudo, quando não sabemos “ouví-las”. Dessa maneira, corremos o risco de assumir o seu discurso, e consequentemente, servir a uma perspectiva de cunho positivista. Nesse sentido, este minicurso tem como objetivo apresentar um caminho metodológico possível para o trato com as fontes. É destinado a estudantes de história e cursos afins, assim como pesquisadores que trabalham com jornais e fontes orais. Ao final do minicurso espera-se que os participantes consigam identificar as fontes como práticas sociais problematizando sua produção, natureza e especificidades.