O
Ministério da Saúde, visando a integralidade na atenção à saúde, lançou em 2006
a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
Atualmente são reconhecidas 29 práticas no escopo de recursos
terapêuticos tradicionais, oferecidas na rede de atenção a saúde, de forma
prioritária na atenção primária a saúde. Dentre as práticas, a mais oferecida
tem sido a auriculoterapia, que se baseia nos fundamentos da Medicina
Tradicional Chinesa (MTC)/Acupuntura .
A auriculoterapia consiste em um
sistema de diagnóstico e tratamento baseado na harmonização do corpo pela
estimulação de pontos na orelha por meio de dispositivos como agulhas, sementes
de Vacaria, cristais, dentre outros. Seu mecanismo de ação pode ser explicado
pela função somatotrópica e também pela relação dessa parte do corpo com os
meridianos energéticos e com os órgãos e vísceras, conforme teorias da MTC.
A
auriculoterapia tem se difundido no ocidente devido à eficácia comprovada por
estudos com alto nível de evidência e reconhecimento da segurança e efetividade
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmente no tratamento de
doenças crônicas, além do baixo custo, efeitos colaterais mínimos ou ausentes, e
melhora da qualidade de vida.
De
maneira geral, existem evidências do êxito da acupuntura em reações adversas da
radioterapia e quimioterapia, rinite alérgica, cólica biliar, depressão,
disenteria, epigastralgia, dor facial, enxaqueca, hipertensão essencial,
hipotensão primária, leucopenia, correção da má posição fetal, náusea e
vômitos, cólica renal, dismenorreia primária, dor no joelho, dor lombar, enjôo
matinal, dor no pescoço, periartrite do úmero escapular, dor pós-operatória,
artrite reumatóide, Acidente Vascular Encefálico, dor abdominal, acne,
desintoxicação alcoólica, diabetes mellitus não-insulino-dependente, obesidade,
dentre outras doenças, sintomas ou condições.
A
acupuntura complementa a medicina ocidental e por isso não tem caráter
substitutivo aos tratamentos convencionais. Dessa forma, trata-se de um valioso
recurso terapêutico para integrar e complementar os tratamentos de paciente com
diferentes condições clínicas, no seu aspecto integral de mente-corpo.
Assim,
o presente minicurso, que tem como público-alvo acadêmicos e profissionais das
diversas áreas do saber abordará: 1. Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares (PNPIC); 2. Aspectos éticos e legais para prática
da auriculoterapia; 3. Aspectos filosóficos e fisiológicos da auriculoterapia;
4. Aproximação prática da auriculoterapia.